quarta-feira, 10 de março de 2010

Giga drill breakeeer!

Acho que todos os que me conhecem há algum tempo sabem do meu histórico otaku. Eu nunca neguei, sou mesmo daqueles fanáticos que quando se empolgam... ih, melhor sair de perto. Mesmo assim, tem uma coisa que nunca me atraiu muito no universo otaku... mechas.

Se você ainda não sabe do que estou falando, deixe-me explicar.
Nesse vasto universo otaku, existe um gênero de anime que sempre foi muito popular: o mecha. Pra quem não sabe, mecha é uma abreviatura da palavra mechanic em inglês (mecânico). São aqueles super robôs geralmente com aparência humanóide (duas pernas, dois braços, tronco, cabeça...) controlados por humanos. Eles costumam ser máquinas gigantescas que servem para lutar contra outras máquinhas gigantescas, ocasionalmente se transformando em máquinas AINDA maiores através de combinações entre si. Quem cresceu assistindo Power Rangers sabe do que estou falando. (Eu até gostava de Power Rangers (confesso), mas no geral não gosto muito de tokusatsu também.)

Megazord pré-histórico prestes a esmagar um idiota qualquer

Na minha época de "otaku iniciante" tinha um anime no qual todo mundo falava e todo mundo parecia amar. Você já advinhou o que vou falar agora, não? Neon Genesis Evangelion. (NGE para os preguiçosos, Eva para os íntimos, hehe)
Famosíssimo até hoje (não só no Japão), Eva ainda tem seu mangá sendo publicado (um volume por ano, ha!) e volta e meia lançam um especial animado que nunca explica nada.
Sabendo ser mecha, eu logo me desanimei em assistir. Mecha é chato, sabe.
Mesmo assim, conheci um otaku na minha cidade (coisa rara) que tinha todos os mangás de Eva já lançados e insistiu que eu os pegasse emprestado e os lesse. Sem muita fé, levei eles para casa e devorei tudo em um fim de semana. Assim nascia mais um dos 35.716.848.462 fãs de Evangelion no mundo. Até peguei emprestado também as fitas (VHS) que ele tinha do anime!
Ainda assim, minha implicância com mecha não mudou e continuo passando longe dos Gundams e afins.

Aí... no ano passado (2009) fiquei sabendo da existência de um certo anime de nome gigantesco, e todos pareciam gostar muito dele. Depois de ter visto muitas recomendações positivas, decidi dar um tiro às cegas e baixar esse anime completo antes mesmo de ler a sinopse. É bom fazer isso de vez em quando (mas nem sempre dá certo). Assim que terminei de baixar, fui assistir o primeiro episódio para descobrir que... era mecha, e daqueles em que até o sentimento e auto-estima do piloto determinam o desempenho da máquina. Ou, nesse caso, o Gunmen.
Já tinha baixado mesmo né, não vai fazer mal algum assistir.
Logo descobri que as legendas estavam péssimas, a ponto de ter até opniões pessoais sobre as cenas, enquanto elas aconteciam (tudo ao lado da fala do personagem). Com muita paciência, continuei a assistir mesmo assim... eu não ia jogar fora mais de 4GB baixados. Até que, por volta do episódio 18 (de 27), as legendas simplesmente sumiram. Isso mesmo, não tinha mais legenda alguma, e como vocês podem imaginar, eu não sou fluente em japonês (infelizmente).
O pior de tudo é que a essa altura eu já estava começando a gostar do anime, que parecia tomar um rumo interessante. Já tendo terminado a primeira temporada, eu não ia simplesmente abandonar o anime assim.
Resolvi procurar pelos episódios seguintes com legendas em inglês - até descobrir que o anime foi licenciado nos EUA, e por isso a maior parte dos fansubbers haviam desabilitado o download dos episódios com legenda. Também não consegui as legendas em arquivos separados (softsub). Fiquei indignada.
Depois de alguma pesquisa, descobri o anime completo com legendas em português para baixar em um lugar muito óbvio e com uma qualidade que meu velho PC podia suportar (ou seja, nada de 720p). Baixei e terminei de assistir tudo... hoje. Mais precisamente, três horas atrás.

E de repente, depois de tanto tempo, me vejo irremediavelmente e absolutamente... otaku, em sua forma mais padrão. Mesmo tendo gostado de Evangelion como gostei, não achei que me empolgaria novamente com um anime de mechas! No entanto, Tengen Toppa Gurren Lagann (não disse que o nome era grande?) conseguiu me surpreender e me fazer assistir mais e mais, mantendo um sorriso idiota de excitação estampado no rosto enquanto assistia ao desfecho. Mas então, o que esse anime tem de tão inovador no estilo mecha? Nada.

É isso que dá procurar encrenca com gente grande. Gente GRANDE, sacou?

Clichê, previsível, exagerado, irreal... ele é tudo isso, e mesmo assim, consegue surpreender. Mas como?!
A verdade é que mesmo tendo uma certa idéia do caminho que o anime vai tomar, a maneira como isso aconteceu foi muito gratificante. Os personagens principais são de um carisma sem igual, e estão sempre crescendo e mudando, mas continuam os mesmos em sua essência. Ver os anos se passando e aqueles personagens aprendendo com a vida e superando obstáculos, confiando mais em si mesmos e nas pessoas ao redor, passando por várias decepções e perdas, mas aprendendo a lidar com elas... e nunca, nunca desistindo do objetivo. Claro que, como um bom mecha, o anime conta com várias batalhas entre máquinas gigantescas, cheias de gritos com frases filosóficas, bordões grudentos e nomes de cada golpe. Ah, e não vamos esquecer das combinações entre Gumens, sendo que uma delas dá o nome ao anime. Ou seja, é bem clichê mesmo.

"Não acredite em si mesmo. Acredite em mim, que acredita em você!"

Pooooorém! O anime conseguiu me conquistar pela maneira que a história se desenvolveu e por tantas reviravoltas. À medida que aquele mundo e os personagens são apresentados, a história vai tomando forma e um rumo um tanto inesperado - chegando ao ponto de gerar questionamentos sobre o bem e o mal apresentados na série.
Entre os pontos mais marcantes estão a auto-confiança e determinação imbatíveis do Kamina, a admiração e lealdade que o Simon tem por ele (seguido por outros personagens) e o constante uso de brocas e espirais - coisa que funciona como uma grande analogia à série e os personagens, sempre avançando e abrindo caminho através dos obstáculos.
O desenho dos personagens é digno de um anime do porte, e o humor se mantém sempre presente até o final. Além disso, não posso deixar de citar a trilha sonora! Cada música parece capturar e ser capturada pela essência do anime, e isso torna tudo ainda mais empolgante.

"QUEM VOCÊ PENSA QUE EU SOU?!!"

É, parece que acabei gostando mesmo, haha. Não sei se posso considerar um dos meus favoritos (talvez ainda seja muito cedo pra isso), mas é algo que recomendaria sim! Apesar de ser mecha.
Acho que depois dessa vou parar de fugir tanto de mechas e considerar a possibilidade (!) de assistir algum, de vez em quando... afinal, posso acabar me surpreendendo outra vez.
Ou não.

3 comentários:

Uehara disse...

Eu disse que era bom! Esse é um dos animes mais machos da história dos animes machos!

ROW! ROW! FIGHT DA POWA!

Hakoniwa disse...

@Uehara: Eu ia colocar o título do post como "ROW! ROW! FIGHT DA POWA!", mas não coloquei porque achei que ia ficar meio idiota e ninguém ia entender.

Então coloquei "Giga drill breakeeer!", que ficou meio idiota e ninguém entende. /FAIL

Mas acho que você tinha mesmo razão sobre esse ser um anime "macho".
A verdade é que só o Kamina já é macho o suficiente pelo anime inteiro! XD

M. Clara disse...

Olá :D

Ah Mima, eu vou tentar essa semana fazer um super apanhado de coisas pra te contar/responder/comentar XDDD é que eu to com uma preguiça fenomenal mil desculpas ._.